A revista Bloomberg Businessweek desta semana destaca processo que o procurador brasileiro, Eduardo Santos de Oliveira, levantou contra a Chevron devido ao vazamento de petróleo no campo do Frade.
A empresa americana se diz chocada com o processo pois acredita ter lidado com o problema da melhor maneira possível encerrando o vazamento em quatro dias, porém foram muito criticados pela imprensa brasileira pela falta de clareza quando o vazamento foi descoberto.
Denis Palluat de Besset, Diretor Geral no Brasil da empresa petroleira francesa Total, declarou que a Chevron é simplesmente a empresa errada, no lugar errado, na hora errada, e que esse processo poderia estar acontecendo com qualquer empresa petroleira estrangeira no Brasil, devido ao clima político gerado por diferentes interesses ligados ao Pré-Sal dentro do governo. O processo contra a Chevron adiará a abertura da concorrência para a exploração do Pré-Sal para 2013, o que beneficia a Petrobrás que ainda tem grandes ajustes operacionais a fazer para poder assumir os 30% das operações ligadas ao Pré-Sal estabelecidas por lei.
A Petrobrás declarou no dia 30 de março em relatório aos seu investidores que teoricamente pode ter parte da responsabilidade nos acontecimentos do campo do Frade, e que o processo levantado contra a Chevron é exagerado.
O artigo ainda destaca que a Petrobrás apesar de ter tido vazamentos semelhantes em seus campos não é processada ou perseguida pela imprensa brasileira.
A atual Presidenta da Petrobrás Maria das Graças Foster disse em discurso na Câmara Americana de Comércio que a Chevron e a Petrobrás tem excelente parceria no Brasil, mas que a operadora precisa responder as questões oficiais.
Em 11 de abril um juiz federal negou o pedido do procurador para que a empresa interrompesse suas atividades no país. E no começo de maio os executivos da empresa ligados ao processo receberam permissão para viagens para fora do Brasil, desde que se comprometam a se apresentar quando chamados durante o mesmo.
Essas atitudes do judiciário brasileiro trouxeram alívio à Chevron e a todos que estão acompanhando este processo de perto. Esperasse que o judiciário brasileiro demonstre sua independência e seriedade no decorrer do processo que pode se arrastar por até dez anos.
Apesar da controvérsia o CEO da Chevron, John Watson acredita que a empresa não tomou as atitudes corretas em suas comunicações durante o vazamento, e declara que a empresa pretende seguir participando do mercado brasileiro.
Os jornalista responsáveis pela reportagem, Paul M. Barret e Peter Millard, observam que este processo não indica que os líderes brasileiros e os cidadão do país são contra a participação de empresas de energia estrangeiras no país. Hoje operam no Brasil além da Chevron, a Total, a Royal Dutch Shell, a Statoil e a BP.
Os jornalistas ainda declaram que o Brasil não é a Argentina – muito obrigada – que em abril deste ano expropriou a participação da companhia espanhola Repsol no país, e muito menos o governo brasileiro pode ser comparado ao governo antiamericano da Venezuela.
O Brasil é riquíssimo em fontes de energia, porém ainda temos que regulamentar os processos de exploração e extração com muito mais rigor e controle, para garantirmos não apenas o sucesso e desenvolvimento do país, mas a segurança dos nosso profissionais, e a manutenção da nossa ecologia.