Aquele hidratante Sarna do meu post anterior, é apenas um exemplo das surpresas que aguardam viajantes, mas mais divertidas ainda são as descobertas que fazemos quando nos aventuramos a aprender outros idiomas.
Eu aprendi inglês quando criança, e não existem muitos paralelos entre este idioma e o português. Porém a maneira de se escrever, e dizer, certas palavras podem levar a grandes apertos. Veja caro(a) leitor(a) algumas palavras em inglês soam exatamente iguais, mas tem significados diferentes, constrangedoramente diferentes, como “beach” de praia, e “bitch” que quer dizer cadela, literalmente, os veterinários usam essa palavra livremente para se referirem as fêmeas dos cachorros. Porém na gíria popular usa-se “bitch” como no Brasil usamos pejorativamente a palavra vaca, que aqui não quer dizer nada, se você chamar alguém de “cow” (vaca em inglês) o pessoal vai te olhar como se você fosse um completo desconectado. O que é que tem a vaca?
Estas palavras em inglês chamam-se “homophones”, dizemos homófonos em português. Homófono é a junção de duas palavras gregas: “homo” – mesmo, com “phonos” – som, daí temos “mesmo som”. Pois bem estas são palavras com grafias distintas, significados distintos, mas com enunciação quase igual, algumas vezes idêntica. Em português também temos homófonos, que podem até constranger, como quando se diz brocha – um tipo de prego, ou broxa – pincel, ou broxa, ah, deixa para lá, vocês me compreenderam.
Enfim, “I’m two tired too talk about it for to long.” 😉
Mas voltando ao ponto das curiosidades linguísticas, o espanhol oferece grandes momentos cômicos pelos paralelos que tem com o português, através de palavras com grafia idêntica, som idêntico, e significados completamente diferentes. Ou pior ainda, palavras que são ditas da mesma maneira, mas uma significa o oposto da outra. Quando eu morava em Miami, onde se fala mais espanhol que inglês, muitas vezes os convidados se despediam dizendo que o jantar estava “esquisitíssimo!”. Da primeira vez arregalei os olhos com espanto, mas daí aprendi que em espanhol este é um tremendo elogio.
Uma das melhores estórias que eu conheço para ilustrar a relação perigosa português/espanhol aconteceu com meu marido. Ele estava no aeroporto de Montevideo no Uruguai quando ouviu uma jovem que passava comentar com a amiga:
– Mira aquel hombre pelado, que saco lindo!
Homem pelado no meio de um aeroporto internacional já é pouco provável, agora saco lindo é completamente impossível!
Vou deixar esta para meus queridos(as) leitores(as) destrincharem.