Lojas de Departamentos nos Estados Unidos – Boas Compras

Boas Compras!

Se você está planejando fazer compras nos Estados Unidos e busca algo especial e sofisticado, as fantásticas lojas de departamentos americanas certamente irão agradar.

Desde as chiquérrimas Neiman Marcus e Bergdorf Goodman (que pertence a Neiman Marcus), até as clássicas como Saks Fifth Avenue, Bloomingdales e Macy’s, todas são um verdadeiro show.

E tem um detalhe que muitos brasileiros desconhecem, enquanto comprar perfumes e cosméticos no Free Shop não é má ideia, se comparamos seus preços com os de lojas brasileiras, as grandes lojas de departamentos oferecem promoções incríveis. Não apenas perto de datas importantes para o comércio como dia das mãe e dos pais, mas durante todo o ano. Essas promoções consistem em brindes que eles oferecem quando você gasta um certo valor que varia conforme a promoção, estes brindes chamam-se “gifts with purchase” (que traduzido literalmente significa presentes com suas compras).

Estes gifts são em geral nécessaires charmosas com o logo das marcas como Lancome, Clinique, Estee Lauder, etc., que costumam vir com um batom, um conjunto de sombras, um mini rímel, e miniaturas de perfumes e cremes da marca. Não são restos ou produtos que não saíram, são produtos atuais e lançamentos, usualmente oferecidos para que os clientes conheçam novas linhas e voltem para comprar. Esta ferramenta de marketing funciona bem, eu mesma já provei produtos assim e voltei para comprar a embalagem grande depois, várias vezes.

Para você aproveitar este tipo de promoção basta saber que marca está oferecendo brindes em que loja, e em que época. Cheque o link abaixo antes de sua viagem para descobrir que marcas estão oferecendo “gifts” com suas compras. Quem sabe você dá sorte e aquele creminho para os olhos que você tanto quer está oferecendo um lindo gift com a sua compra, daí você sai da loja com o creme e um conjunto completo de maquiagem para acompanhar. Eu já ganhei até mini pote de Creme de La Mer na Bergdorf Goodman sem gastar muito dinheiro. 😉

Gift With Purchase

Independente do Estado e da cidade que você visitará nos Estados Unidos (ou viverá em caso de expatriação), você muito provavelmente encontrará uma loja de departamentos próxima. Para checar que lojas de departamentos se encontram no seu destino, e que portfólio elas cobrem, leia um pouco sobre estes templos de consumo e confira seus websites. Infelizmente não existe um website único com todas as localidades de todas as lojas de departamentos do país, mas com os links abaixo você poderá descobrir quais lojas estão a uma distância conveniente do seu hotel (ou da sua casa). Alguns sites pedem o Zip Code (CEP) de onde você vive como referência, em caso de viagem, basta usar o Zip Code do hotel.

As mais sofisticadas

Barneys New York: http://www.barneys.com/on/demandware.store/Sites-BNY-Site/default/Link-Stores – é uma loja de departamentos de luxo com sede em Nova York. Eles oferecem marcas como Yves Saint Laurent, Christian Louboutin, The Row, Fendi, Givenchy, Marc Jacobs, Maison Martin Margiela, Lanvin, Balenciaga, Prada, Jil Sander, Thom Browne, Dries van Noten, Diane von Furstenberg, Bettanin & Venturi, e Burberry Prorsum, além de Barneys, sua marca própria. As lojas de Nova York, Chicago e Beverly Hills tem ótimos restaurantes operados por terceiros. Além dessas localidades a Barney’s também tem grande lojas em Boston, San Francisco, Dallas, Las Vegas e Scottsdale e outras menores espalhadas por todo país.

Bloomingdale’s:        http://www1.bloomingdales.com/store/index.ognc?cm_sp=NAVIGATION-_-TOP_NAV-_-STORES_EVENTS – esta é uma loja sofisticada que oferece marcas americanas e europeias. Poucos sabem que a Bloomingdale’s hoje em dia pertence a Macy’s Inc. Seus principais concorrentes são Neiman Marcus, Bergdorf Goodman, Saks Fifth Avenue, Barneys New York, Lord and Taylor, e Nordstrom. Ou seja essas são todas lojas de departamentos luxuosas. Dependendo da localidade os produtos ofertados variam, mas em geral todas elas tendem a oferecer o que de mais sofisticado os consumidores locais procuram.

Neiman Marcus: http://www.neimanmarcus.com/stores/index.jsp – as lojas são luxuosas e oferecem peças exclusivas do mundo todo. Lembro-me da primeira vez que entrei numa Neiman Marcus, eu havia acabado de mudar para os Estados Unidos e minha mãe foi me visitar na Flórida. Ela queria comprar um perfume de presente para a minha irmã, que tinha ouvido falar da Mariella Burani, uma marca italiana super feminina. Não encontrávamos o tal perfume em lugar algum, até que no shopping perto de casa uma vendedora do balcão de perfumaria da Macy’s me disse:

–       Ah, marcas diferentes assim a senhora só vai encontrar na Neiman Marcus, lá em Fort Lauderdale.

Eu morava há uns quarenta minutos de Fort Lauderdale na época, mas ainda não tinha ido conhecer a cidade. Então lá fomos nós atrás da Mariella Burani. Que show de loja, e claro que eles tinham o perfume que a minha irmã queria, e claro que ele custava duas vezes o que se paga por um Issey Miyake da vida.

Bergdorf Goodman (só tem uma e fica em Nova York): http://www.bergdorfgoodman.com/ – eu adoro as vitrines desta loja, e a localização então, muito chique, na Quinta Avenida, esquina com o Hotel Plaza de Nova York com vistas para o Central Park. A loja tem um restaurante e um café em diferentes andares. Entre com calma, a loja é um labirinto, mas a cada canto escondido você encontrará algum tesouro de design impecável além dos mostruários chiquérrimos.

Lord and Taylor: http://www.lordandtaylor.com/eng/storelocator/ – fundada em 1826 em Nova York esta é a mais antiga loja de departamentos de luxo dos Estados Unidos. A cadeia é composta por cinquenta lojas espalhadas pelo país. A mais sofisticada delas está em Nova York.

Nordstrom: http://shop.nordstrom.com/c/stores?origin=tab – com sede em Washington esta rede possui 225 lojas espalhadas por 29 estados Americanos, que costumam ser amplas. Em geral elas tem pianos expostos nos pisos centrais com pianistas tocando durante os fins de semana. E a maioria delas tem pequenos restaurantes para o conforto dos seus consumidores.

Saks Fifth Avenue: http://www.saksfifthavenue.com/stores/stores.jsp – Quem nunca ouviu falar da sofisticada Saks? Outra fantástica loja de departamentos de alto-luxo concorrente das “3 Bs” (Barneys, Bergdorf, Bloomingdale’s).

Intermediárias

Macy’s: http://www1.macys.com/store/locator/index.ognc – esta gigante do setor possui 800 lojas espalhadas pelo país e mais 300 quiosques para vendas de eletrônicos de consumo. A sede da Macy’s, em Nova York era a maior loja de departamentos do mundo até ser ultrapassada pela “Shinsegae” na Coreia do Sul com seus 509.810 metros quadrados (quase o dobro da Macy’s), de acordo com o Guinness. Famosa por ter um lugar de destaque na cultura popular americana, assim como pela diversidade de produtos que oferece.

A Macy’s também é famosa nos Estados Unidos por produzir a parada do Dia de Ação de Graças em Nova York desde 1924 (que aliás é um super programa turístico para se fazer com crianças), e por patrocinar os fogos de artifício do “4 de Julho”, dia da independência americana, também em Nova York.

Dillard’s: http://www.dillards.com/shop/StoreLocatorView?storeId=301&cm_sp=EspotFooterBar-_-StoreLocator-_-TextLink0212&langId=-1&catalogId=301 – com sede no Arkansas esta rede possui 330 lojas espalhadas por 29 estados Americanos. Seu forte é atuar como âncora em shoppings de subúrbios Americanos.

Von Maur: http://www.vonmaur.com/Stores.aspx – sua sede fica no Iowa, e esta cadeia de lojas tem forte presença nos estados do meio oeste americano. Acabam de iniciar uma expansão nos estados do sul do país, incluindo a Georgia.

Abriram uma Von Maur perto de onde eu moro e eu fui conhecer, gostei muito do atendimento e das comodidades oferecidas, como embalagem para presente de graça, o que não é comum aqui nos Estados Unidos. A loja é muito bonita e bem organizada e eles mantém um pianista tocando em horário comercial, o que a minha mãe achou um charme.

Oferecem forte apelo em preços e promoções

Belk:   http://www.belk.com/AST/Misc/Belk_Stores/Store_Locator.jsp – esta cadeia tem sede na Carolina do Norte e é bastante forte no sul do país possuindo grandes lojas no Alabama, nas Carolinas do Norte e do Sul, e na Georgia. Seu modelo de negócios se baseia em barganhas e a marca mais sofisticada que vende é Polo Ralph Lauren. Eles também trabalham com a Lee e a ISOD. São lojas sem grandes sofisticações, mas você pode encontrar bons preços.

The Bon-Ton: http://www.bonton.com/content/find-a-store/brandcontent.html – esta cadeia opera também a Bergner’s, a Boston Store, a Carson Pirie Scott, a Elder Beerman, a Herberger’s, a Parisian e a Younkers. Todas lojas de departamentos distribuidas pelos estados do norte do país. Na maioria focadas em preços baixos e promoções fortes.

–       Bergner’s: http://www.bergners.com/content/find-a-store/brandcontent.html

–       Boston Store: http://www.bostonstore.com/content/find-a-store/brandcontent.html

–       Carson Pirie Scott: http://www.carsons.com/content/find-a-store/brandcontent.html

–       Elder Beerman: http://www.elder-beerman.com/content/find-a-store/brandcontent.html

–       Herberger’s: http://www.herbergers.com/content/find-a-store/brandcontent.html

–       Parisian (Bon Ton): http://www.bostonstore.com/content/find-a-store/brandcontent.html

–       Younkers: http://www.younkers.com/content/find-a-store/brandcontent.html

Boskovshttp://www.boscovs.com/static/about_boscov/stores_locations.html – sua sede fica em Reading na Pensilvania, além de operarem neste estado possuem mais quarenta lojas espalhadas pelos estados de Nova Jersey, Maryland, Nova York e Delaware. Seus principais concorrentes são JCPeney, Macy’s e Sears.

JCPenney:     http://www.jcpenney.com/jcp/StoreLocatorMenu.aspx?cmResetCat=True&CmCatId=homepage – cadeia popular com 1.107 lojas em 50 estados Americanos e Porto Rico. Além das lojas eles também mantém vendas por catálogos.

Kohl’s: http://www.kohlscorporation.com/maps/html/store_locator.htm – cadeia de 1.089 lojas espalhadas por 49 estados. Suas lojas em geral não são vinculadas a shopping centers.

Sears: http://www.sears.com/stores.html – ao entrar neste website você verá no canto superior esquerdo da página você verá o Store Locator, e se preferir o site em espanhol que é bastante fácil de ler para quem fala português clique em “En espanol” próximo ao canto superior direito da página.

A sede da Sears fica em Chicago no Illinois e seu forte são eletrodomésticos e produtos para casa. Também operam a marca Lands’ End, que é minha marca preferencial para roupas e acessórios infantis de inverno, por catálogo e pela internet.

É isso caros(as) leitores(as), espero que aproveitem bem suas compras.

O veneno secreto em nossos pratos

Os alimentos processados dominam as prateleiras dos supermercados.

Esse foi o título de uma reportagem sobre a cadeia produtiva de alimentos na Alemanha publicada no Handelsblatt, o Jornal do Comércio alemão. Nos últimos tempos têm sido vinculados em diversos meios de comunicação aqui na Alemanha (revistas, internet, documentários na TV) extensas matérias sobre o tema. Uma delas, da revista semanal “Stern”, tinha o título “Por que nós fazemos isso?”, referindo-se ao fato de ingerirmos alimentos cada vez mais industrializados, com cada vez mais ingredientes que não conhecemos, não temos idéia nem do que se trata, muito menos sabemos dos seus efeitos a longo prazo.

A cadeia produtiva foi definida na matéria como “um sistema altamente subvencionado, composto por grandes produtores rurais, fábricas de animais (que são os grandes abatedouros), fabricantes de pesticidas, veterinários, produtores de sementes e empresas farmacêuticas”. Também foi tratado como insanidade a superprodução, e a cultura do “jogar fora” como um efeito colateral da própria superprodução, e que o crescimento brutal do segmento é feito às custas de quem não pode se defender sozinho: os animais e o meio ambiente. Parece a “teoria da conspiração”, pensei num primeiro momento. Mas, analisando-se mais a fundo, percebo que não há exageros.

O círculo vicioso tem como motor o estímulo ao consumo. As empresas empregam técnicas que lhes permitem aumentar a produtividade e baixar o custo de produção, o que é legítimo, e feito em qualquer outra indústria. Prejudicial é o fato desses produtos/aditivos serem usados em grandes quantidades e frequentemente, sem o controle adequado. É o caso dos antibióticos que teriam por objetivo proteger a saúde dos animais mas que estão causando graves problemas de saúde nos seres humanos: as bactérias superresistentes dos animais são ingeridas com a carne, gerando nos seus consumidores – NÓS MESMOS – resistência aos antibióticos. Ainda que aqui na Europa os produtos geneticamente modificados nem são permitidos…

Que a carne na Europa não tem sabor eu já sabia, novidade é o fato de ela ser de má qualidade. Pelo menos a carne brasileira tem sabor…

Como os grandes pecuaristas tratam os animais?

Surpreendente é que até hoje não há controle sobre o que os animais recebem de medicamento, em que regiões e em qual quantidade ao longo da vida. Pelo menos isso deve mudar num futuro próximo. Há previsão de que entre em vigor uma lei que obrigue os criadores a relatarem o que seus animais ingerem além de comida, ao longo da vida.

Também quando compramos alimentos industrializados, que contém conservantes, corantes, e realçadores de sabor como o glutamato monossódico, estamos acostumando nosso corpo a reagir de acordo com esses ingredientes. Explicando: quando consumimos temperos prontos, nossas papilas gustativas vão sendo “treinadas” para esse sabor. De repente um molho de tomate ou um feijão temperado “só” com ervas, cebola e alho (como nossas mães e avós faziam) passam a não ter mais gosto. Esse efeito é o que deseja a indústria de alimentos. Ela não deixa de colocar esses ingredientes nos seus pacotinhos (o glutamato foi proibido, mas outras substâncias continuam sendo usadas e têm o mesmo efeito), pois sabe que o consumidor pode se desacostumar deles. A situação fica mais cruel quando se trata de alimentos para crianças, mas isso é assunto para outra conversa.

Em um documentário da TV foi exibido um teste com uma família de 4 pessoas que comprovou essa teoria. Durante 4 semanas a família se propôs a não consumir nenhum tipo de produto que contenha corantes, conservantes, etc. A tarefa é extremamente difícil, pois nos supermercados europeus a diversidade de produtos é imensa e manter-se longe desses ingredientes é quase impossível. As prateleiras estão repletas de soluções mágicas…

Um especialista em alimentos ajudou a família nas compras e no preparo das receitas, que envolveu desde purê de batatas, massas, filés de peixe empanados, enfim, tudo o que vai do freezer ou geladeira direto para o forno ou frigideira. Até o iogurte foi feito em casa. Claro que na primeira semana as crianças acharam a experiência não muito agradável mas, ao final desse período, a filha mais nova passou a achar o iogurte da mamãe mais gostoso….

E você sabia que as saladas de pacote, aquelas prontas para o consumo, como as que são vendidas nas cadeias de fast food, não têm valor nutritivo quase nenhum? Isso acontece porque as folhas não devem ser cortadas, e sim rasgadas no sentido das veias, sob pena de perda de seus nutrientes.

Fazenda de cultivo orgânico de hortaliças.

Aqui na Alemanha há muitos chefs de cozinha que têm se envolvido com a causa. Certa vez, num programa sobre panificação, ouvi que o pão de saco fatiado de fábrica é um pão morto… Parece exagero, mas a diferença é clara: experimente cortar um pão fresco da padaria e pegue uma fatia do seu pão de torradeira. Compare. O aroma, a textura… nunca mais consegui comer pão de saco.

A cada dia torno-me mais consciente do que eu como, como eu como, quem produziu, e com que ingredientes… Porque no fim das contas, nós consumidores somos os prejudicados. Porém temos sim o poder de mudança. Só que para isso precisamos ter consciência e aplicarmos consequências.

Minha pretenção é compartilhar com meus leitores(as) informações sobre nossa alimentação. Nas últimas décadas nossos hábitos sofreram mudanças tão abruptas para as quais nosso organismo não está preparado biologicamente. O simples fato de não termos o ritual de preparo de nossas refeições é um exemplo. Ensinar as crianças a cozinhar, a participar do preparo, a escolher ingredientes e a mexer com eles é fundamental. Só assim poderemos reduzir os casos de obesidade, diabetes, e câncer que assolam a humanidade.

Tomates orgânicos apanhados mais pequenos.

“Você é o que você come”. A nossa principal fonte de energia, saúde e juventude é a alimentação, cuja importância tem sido sistematicamente colocada em segundo plano. Bom é o que é feito rápido? E que de preferência custe pouco? Eu já comecei a rever meus conceitos e convido você a fazer o mesmo. Tenho certeza de que há pontos em sua rotina que podem ser melhorados para aumentar sua qualidade de vida.

Se você souber alemão e quiser ler a reportagem na íntegra, com dicas de livros para continuar se informando, acesse o link:

http://www.handelsblatt.com/unternehmen/industrie/lebensmittel-produktion-das-giftige-geheimnis-auf-unseren-tellern/6629862.html

Fio Dental na China é Caro como Fio de Ouro

Shanghai, assim como São Paulo, é uma Selva de Pedra.

Quando fui pela primeira vez a Shanghai com meu marido, em maio de 2008, para procurar casa e escola para minhas filhas, lembrei-me imediatamente de São Paulo: poluição absoluta, transito louco, prédios que não acabam mais, as semelhanças são várias.

As diferenças também são muitas. Pelo menos no Brasil nós respeitamos sinais de transito, senão por civilidade, que seja para evitar multas, mas respeitamos. Em

O transito em Shanghai não deve nada para o de São Paulo.

Shanghai porém, sinais de transito são decorativos, se eles não existissem daria no mesmo. Nunca imaginei que veria transito pior que em São Paulo. Numa ocasião quase fui atropelada por uma carro de polícia desrespeitando um farol vermelho. Tá aí, vivendo e aprendendo.

E no Brasil temos pobreza sim, mas brasileiro nenhum agacha no meio de um aeroporto internacional, coloca uma sacolinha plástica no chão, e começa a comer “ovo podre” (um tipo de ovo cozido em água com condimentos um tanto mal cheirosos, daí o nome ovo podre), assim no meio das filas do check-in. Estou falando sério! E não observei este hábito em apenas uma ocasião, mas em várias. Eles comem e dormem em qualquer lugar. Repito, qualquer lugar. No display de entrada da YKEA em Shanghai todos os sofás e cadeiras estão sempre ocupados por chineses cochilando. Eu juro! Brasileiros tem um certo pudor, por mais humilde que sejamos, brasileiros tem sim uma certa dose de dignidade, que seja orgulho, mas que cai bem.

É claro que os shanghaineses das classes mais altas da população criticam este tipo de comportamento que eles dizem ser típico de emigrantes de outras provincias, mas estas são cenas cotidianas na cidade.

Retomando o fio da meada, desembarcamos sob olhares curiosos e rodamos pela cidade por mais de uma hora, num sábado, para irmos do aeroporto ao bairro onde ficava a companhia, e onde haviam algumas boas opções de escolas internacionais.

Chegamos ao hotel e me dei conta de que havia esquecido o fio dental. Depois de dezesseis horas de voo, eu estava desesperada para escovar os dentes e tomar um banho. Meu marido muito solicito me disse para tomar uma chuveirada que iríamos em seguida ao Jialefu, é como o Carrefour é chamado na China.

Mercado Chinês

Acredito que todas minhas amigas expatriadas que já viveram em Shanghai vão concordar, Jialefu de fim de semana, nem pensar, mas lá estávamos nós. Sabe estádio de futebol em final de campeonato, pois é, lotação máxima. E mesmo sendo uma área onde moram muitos expatriados, eles sabem que fim de semana é dia de chinês ir as compras e ficam em casa.

Detalhe importante, a grande maioria dos expatriados não dirigem em Shanghai. As placas são em mandarim.

Placa de Transito em Mandarim

Na maioria em caracteres mesmo, as vezes incluem uma palavra em pinyin, e o transito é insano. Então por questões de segurança, ou falta de, as multinacionais contratam motoristas chineses para seus expatriados. E os expatriados costumam dar folga aos motoristas de fim de semana (motoristas e empregadas domésticas adoram trabalhar para expatriados, que os tratam com respeito e dignidade, é o apogeu da carreira deles).

Naquele dia tive a impressão que vi todos os chineses de Shanghai num lugar só. E foi muito interessante. Por exemplo: Você sabia que chinês vai para todo lado de pijamas? É caro(a) leitor(a), daqueles com jaleco de abotoar. Naquele dia achei que pijama era a roupa oficial do dia de compras, depois aprendi que eles usam pijamas para ir a outros lugares também, é coisa comum.

Outro fato interessantíssimo que descobri: Sabe aqueles cabelos negros ultra lisos e brilhantes que associamos as chinesas? É balela, todas as chinesas com condições fazem escovas progressivas no mínimo anualmente. Nunca tinha visto chinês de cabelo ruim antes de mudar para a China. E não é aquele cabelo pixaim como no Brasil não (eu posso falar pois tenho casos na família), é aquele tipo de cabelo grosso e duro, que cresce em todas as direções ao redor da cabeça, não sei nem como explicar, mas quando eles tentam repartir formam-se duas montanhas na cabeça. É claro que chinês com cabelos assim naturais, só são vistos nas camadas mais baixas da população.

Não me interpretem mal, como já disse no artigo sobre banquetes chineses, conheci muitos chineses educadíssimos, cultos e elegantes. Porém eles representam um percentual baixíssimo da população, e no dia-a-dia a gente se deparava com situações de curiosas a chocantes mesmo.

Nunca tinha visto fio dental como item de luxo antes.

Voltando a vaca fria, o fato de notar que todos os clientes do Jialefu naquele dia tinham cáries nos dentes da frente já deveria ter me alertado. Não encontramos fio dental a venda. Andamos pelo mercado inteiro, o que dá outro artigo ótimo, mas nada de fio dental. No dia seguinte fomos a um mercado de importados, tipo Empório Santa Luiza, e encontramos fio dental americano por uma verdadeira fortuna. Eu lembro de pensar:

– Caramba, no Brasil encontra-se fio dental baratinho em qualquer lojinha de esquina!

Comprei uma caixinha e tratei como se fosse fio de ouro, cortando pedacinhos pequenos, nada de dar três voltas nas pontas dos indicadores como era meu costume.

Quando fui passar férias em São Paulo depois de um ano morando na China lembro-me de achar a cidade linda, limpa e organizada. O povo brasileiro bonito e bem educado, e o transito uma brisa. E os dentes então, quantos sorrisos bonitos, abertos e simpáticos!

Bem disse Einstein, tudo é relativo.

P.S.: Em outubro de 2009, dois meses antes da abertura da Feira Internacional – EXPO Shanghai 2010, o governo iniciou uma campanha na cidade solicitando aos Shanghaineses que evitassem usar pijamas em público o que gerou protestos da população.

Como o aspargo é mais gostoso?

Quem já viajou de carro pelo interior da Europa no começo da primavera (abril e maio) deve ter notado certas faixas de terra, arrumadas como “morrinhos” e cobertas com plásticos brancos ou pretos. São plantações de aspargos. Eles precisam ficar cobertos para ficarem brancos, senão formam clorofila e se tornam verdes, os aspargos verdes.

Esta é a única época do ano para se comer aspargos frescos! Esse legume é a verdadeira estrela gastronômica da primavera. Acredito que explica-se essa fascinação no fato dele ser um dos primeiros legumes colhidos após o inverno do norte europeu, tem sabor incomparável e fonte de vitaminas e minerais. Curioso é que atualmente o maior produtor mundial de aspargos não fica nem na Europa… É o Chile!!!

Bem, aspargos são cultivados em várias regiões da Alemanha. Eu vivo numa região produtora, por isso encontro frequentemente barracas montadas pelos agricultores nas cidades para vender seus produtos diretamente ao consumidor: no estacionamento do supermercado, na porta das empresas, nas zonas de pedestres…. Os preços variam conforme a grossura… claro que o mais grosso é o mais caro, né?

Os restaurantes oferecem cardápios especiais e o preparam das maneiras mais criativas possíveis, é uma febre mesmo. Eu mesma já até fiz um curso de culinária para aprender a lidar com ele há alguns anos atrás.

O jeito mais tradicional de se comer aspargos brancos é acompanha-lo com batatas cozidas, presunto e molho holandês. Há quem os sirva acompanhando carne de boi ou porco, gratinado, como salada, no molho de macarrão… E com um bom vinho branco gelado é perfeito.

Como se cozinha aspargo?

Corte cerca de 2 cm do aspargo e o descasque o talo (existe um utensilio especial de uma marca chique, mas eu uso um descascador de batatas mesmo). Detalhe: a cabeça não!

Ponha água para ferver suficiente para cobri-los numa caçarola ou na panela de aspargos, que é mais alta e menos larga. Na água coloque sal, uma pitada de açúcar, algumas gotas de limão e uma colher de manteiga.

Quando ferver coloque os aspargos e deixe cozinhar cerca de 10 minutos. Retire da panela, escorra bem (ele costuma segurar água) e arrume-o no prato com os acompanhamentos!

O aspargo verde é cozido também na água com sal, açúcar e manteiga, mas não coloque o limão! Outra maneira é refogá-lo como qualquer outro legume, por exemplo o brócolis ou a vagem, pois seu tempo de cozimento é menor do que o branco.

Recentemente testei uma nova receita: refoguei os aspargos verdes descascados e a vagem com azeite, alho e cebola. Quando esfriou, acrescentei cebolinha verde e alface americana rasgadas em pedaços pequenos. Fiz um molho de salada com vinagre de maçã, azeite, mostarda e mel e misturei tudo. Com churrasco ficou ótimo! Bom apetite!

Por Que as Crianças Asiáticas São Tão Boas em Matemática?

Malcolm Gladwell é historiador e jornalista, membro do staff de escritores da The New Yorker. Ele nasceu na Inglaterra, mas viveu no Canadá dos seis anos até ir para a faculdade de jornalismo em Washington, nos Estados Unidos. Sua mãe é uma psicóloga jamaicana, e seu pai um matemático britânico. Todos seus livros atingiram a lista de Bestsellers do New York Times, e eu vou falar de todos no Hallo Hello, mas começarei pelo meu favorito, Outliers: The Story of Success que literalmente significa discrepantes e foi traduzido para o português com o título Fora de Serie – Outliers (Em Portugues do Brasil).

Este livro fala sobre pessoas de sucesso, não enfatizando individualismos, mas sim o que leva a cultura do sucesso, quem, ou o que cooperou para que certos indivíduos obtivessem sucesso em várias áreas, como esportes, direito, aviação, etc. Por que crianças asiáticas são tão boas em matemática? Por que uma grande parte dos jogadores profissionais de hockey nasceram em janeiro? As amostragens são incríveis e reveladoras. Como diferentes culturas forjam ambientes propícios para o cultivo de determinados talentos, e como podemos usar estes conhecimentos para obter sucesso em nossas próprias empreitadas.

Este não é um livro de autoajuda! É sim uma análise do que leva certos indivíduos ou culturas a se destacarem. Suas conclusões são surpreendentes e nos fazem pensar. Eu adotei vários conceitos discutidos em Outliers na maneira como eu educo minhas filhas, como por exemplo a regra das dez mil horas, com resultados fantásticos.

Vale a pena!

 

Why are asian schoolchildren so good at math?

Malcolm Gladwell is a historian and journalist. A The New Yorker staff writer since 1996, he was born in England, but moved to Canada with his Family when he was six, and lived there until going to College in Washington. His mother is a psychotherapist and his father a mathematician. All his books were New York Times Bestsellers and I will talk about them here at Hallo Hello starting with my favorite Outliers: The Story of Success.

Outliers talks about successful people, not from the steady point of view of their individualities, but analyzing the factors and/or people that contributed to their success in various areas like sports, aviation, law, etc. Why are Asian schoolchildren so good at math? Why are the majority of professional hockey and soccer players born in January? Which factors contribute to these particularities? He also shows us how different cultures foster different talents and why.

This is not a self-help guide, it is instead a study on what makes certain individuals and cultures stand out. Its conclusions are surprising and make us think. I adopted many concepts discussed in Outliers in the way I raise my girls, like the ten thousand hour rule, with great results.

It’s worth your time!

 

Brasil em guerra contra as grandes empresas de energia estrangeiras, será?

O Petróleo faz o mundo girar. Sob sua sombra negra nações crescem e caem.

A revista Bloomberg Businessweek desta semana destaca processo que o procurador brasileiro, Eduardo Santos de Oliveira, levantou contra a Chevron devido ao vazamento de petróleo no campo do Frade.

A empresa americana se diz chocada com o processo pois acredita ter lidado com o problema da melhor maneira possível encerrando o vazamento em quatro dias, porém foram muito criticados pela imprensa brasileira pela falta de clareza quando o vazamento foi descoberto.

Denis Palluat de Besset, Diretor Geral no Brasil da empresa petroleira francesa Total, declarou que a Chevron é simplesmente a empresa errada, no lugar errado, na hora errada, e que esse processo poderia estar acontecendo com qualquer empresa petroleira estrangeira no Brasil, devido ao clima político gerado por diferentes interesses ligados ao Pré-Sal dentro do governo. O processo contra a Chevron adiará a abertura da concorrência para a exploração do Pré-Sal para 2013, o que beneficia a Petrobrás que ainda tem grandes ajustes operacionais a fazer para poder assumir os 30% das operações ligadas ao Pré-Sal estabelecidas por lei.

A Petrobrás declarou no dia 30 de março em relatório aos seu investidores que teoricamente pode ter parte da responsabilidade nos acontecimentos do campo do Frade, e que o processo levantado contra a Chevron é exagerado.

O artigo ainda destaca que a Petrobrás apesar de ter tido vazamentos semelhantes em seus campos não é processada ou perseguida pela imprensa brasileira.

A atual Presidenta da Petrobrás Maria das Graças Foster disse em discurso na Câmara Americana de Comércio que a Chevron e a Petrobrás tem excelente parceria no Brasil, mas que a operadora precisa responder as questões oficiais.

Em 11 de abril um juiz federal negou o pedido do procurador para que a empresa interrompesse suas atividades no país. E no começo de maio os executivos da empresa ligados ao processo receberam permissão para viagens para fora do Brasil, desde que se comprometam a se apresentar quando chamados durante o mesmo.

Essas atitudes do judiciário brasileiro trouxeram alívio à Chevron e a todos que estão acompanhando este processo de perto. Esperasse que o judiciário brasileiro demonstre sua independência e seriedade no decorrer do processo que pode se arrastar por até dez anos.

Apesar da controvérsia o CEO da Chevron, John Watson acredita que a empresa não tomou as atitudes corretas em suas comunicações durante o vazamento, e declara que a empresa pretende seguir participando do mercado brasileiro.

Os jornalista responsáveis pela reportagem, Paul M. Barret e Peter Millard, observam que este processo não indica que os líderes brasileiros e os cidadão do país são contra a participação de empresas de energia estrangeiras no país.  Hoje operam no Brasil além da Chevron, a Total, a Royal Dutch Shell, a Statoil e a BP.

Os jornalistas ainda declaram que o Brasil não é a Argentina – muito obrigada – que em abril deste ano expropriou a participação da companhia espanhola Repsol no país, e muito menos o governo brasileiro pode ser comparado ao governo antiamericano da Venezuela.

O Brasil é riquíssimo em fontes de energia, porém ainda temos que regulamentar os processos de exploração e extração com muito mais rigor e controle, para garantirmos não apenas o sucesso e desenvolvimento do país, mas a segurança dos nosso profissionais, e a manutenção da nossa ecologia.

Meu jeito de ser mãe

Eu acho que ser mãe é a experiência mais extraordinária que uma mulher pode ter, em qualquer lugar do mundo, faz parte da nossa natureza, consciente ou inconscientemente.

Hoje comemora-se o dia das mães na maior parte do mundo. (Sim, descobri ontem que na Hungria, por exemplo, o dia das mães foi domingo passado, eles comemoram no primeiro domingo de maio). Meu texto de hoje é um depoimento sobre como eu encarei o desafio de ser mãe expatriada na Alemanha.

Viver longe de casa tem seus pontos negativos e positivos, como tudo na vida. Minha gravidez não foi das mais fáceis, eu precisei ficar os últimos 3 meses em repouso. De uma hora para outra, literalmente, tive que trocar o “oba-oba” e ir direto para o hospital, sob pena de meu filho nascer pré-maturo demais, com poucas chances de sobreviver. Fiquei 8 semanas deitada, metade desse tempo no hospital e eu só estava autorizada a levantar para ir ao banheiro. Pensa se eu questionei a orientação do médico?

Situações como essa já deixa-nos numa situação difícil quando se é sozinha (sem filhos), uma doença minha com uma criança pequena causaria muitas outras complicações. A simples idéia de ter outra gravidez difícil e precisar ficar em repouso com meu filho menor de 3 anos acredito que, inconscientemente, impediu uma segunda. A responsabilidade é muito grande e talvez minha cabeça não estava preparada para lidar com isso naquele momento.

Por outro lado, eu tomei esse tempo em repouso para mim e meu filho. Foi uma fase de descobertas do que eu era capaz, da força que existia em mim e eu nem sabia. Eu estava gerando uma outra vida e isso era a única coisa que importava, um sentimento que eu nunca vou esquecer. Foi aí que comecei a ser mãe.

Quando Gabriel nasceu tive o apoio de minha sogra durante 3 meses. Então ela se foi e eu precisei tocar o barco sozinha. As decisões eram minhas (e algumas vezes do pai – risos), não havia ninguém para discutir e opinar se aquilo é bom ou não. Eu li muito sobre o assunto, mas havia coisas que achava que tinham que ser feitas do meu jeito e pronto. A minha parceira de blog deu um nome bonito pra isso: “empowerment” (adorei!).

O fato de viver longe de casa também impulsiona a se procurar apoio por perto. Eu entrei em todo tipo de atividade com meu bebê: natação, grupo de brincar (os chamados “play groups”), ginástica, visitas ao parquinho. E comecei a me relacionar com muitas mães, a investir na amizade com as que eu me identificava. E percebi que à minha volta havia muitas famílias alemãs que, por um motivo ou outro, também viviam longe de suas famílias e tinham tanto apoio e/ou a presença dos pais quanto eu, senão menos.

Como eu disse, tudo tem seu lado bom e ruim. O meu jeito de tirar o melhor proveito disso foi observar e fazer um julgamento o mais imparcial possível do modo como as crianças são criadas aqui e no Brasil. Então procurei incorporar o que há de melhor nas duas culturas.

Vou citar um exemplo, entre muitos que há. As crianças aqui são mais quietas, controladas, têm mais limites. No Brasil há mais flexibilidade, menos cobrança, mais espaço para criatividade. Será que dá para combinar os dois? Estou experimentando, isso faz parte do jogo também. Meu modelo de criação é diferente do modelo vigente, pois não é nem A nem B, é um AB…

Esse é meu jeito de ser mãe. Aprendi a ser mais consciente de minhas ações, a me preocupar em dar o exemplo certo, a vivenciar a diversidade e a valorizá-la, a romper com paradigmas de minha própria cultura, incorporando o que acho que funciona melhor na outra. Faço isso achando que vai dar certo… mas só o futuro dirá.

Claro que tenho minha “musa inspiradora” – a minha própria mãe!!! Ela, que me ensinou tantas coisas e ainda ensina… Que também foi mãe expatriada no seu próprio país, que também experimentou um modelo novo… Às vezes paro para pensar em quantas semelhanças há em nossas histórias.

Um beijo bem carinhoso, mãe… Esse é o lado ruim de ser expatriada. Às vezes tenho minha mãe por perto. Às vezes, não.

Ser Mãe é Aprender a Apreciar Bollywood Dance

A Sandra e eu decidimos que em homenagem ao Dia das Mães ambas escreveríamos artigos falando sobre nossas experiências sendo mães fora do Brasil. E ela escreveu um texto lindo, muito íntimo e honesto, contanto sua experiência pessoal. Tirando a complicação no último trimestre de gravidez que ela teve – minha gravidez foi bem tranquila, mas não me pergunte sobre o parto – nossas experiências têm várias semelhanças.

Eu pretendia falar de alguns aspectos da vida da mãe expatriada, como o nível de atenção e cuidado que eu ponho em tudo que eu faço para evitar acidentes e não faltar às minhas filhas, pois além de eu morar há aproximadamente quinze horas da casa dos meus pais, meu marido viaja bastante e eu não posso falhar. E como os amigos tornam-se ainda mais importantes, pois precisamos nos apoiar mutuamente.

Não abraço a minha mãe desde janeiro quando ela e meu pai retornaram ao Brasil depois de passarem as festas de fim de ano aqui nos Estados Unidos. Saudade!

Ou ainda, como eu aprendi a ser firme nas minhas decisões, pois não há ninguém por perto para me orientar, mas também não sou questionada nas minha escolhas para minhas filhas. Como a Sandra  mencionou em Meu Jeito de Ser Mãe, isso é “empowerment”, uma palavra em inglês que eu adoro e significa uma mistura de independência com responsabilidade, não existe palavra semelhante em português, assim como não existe “saudade” em inglês.

E principalmente, como eu aprendi a apreciar a minha mãe, depois que eu me tornei uma. E como eu, morando tão longe, sinto falta dela.

Pois é, eu pretendia elaborar sobre tudo isso, contando detalhes da minha vida de mãe vivendo no exterior. Mas sexta-feira, depois da minha conferência com a Sandra pelo Skype, recebi uma ligação da minha filha mais velha. Ligação típica de criança bem amada, daquelas que sabem que não importa a situação a mãe vai resolver a parada. E que me fez pensar como mãe é criatura tonta que só muda de endereço, não importa em que país a gente mora, se longe ou perto da família, que idioma a gente fala, qual nossa condição social e nosso nível cultural.

Giulia vestindo traje indiano para meninas que ela ganhou de presente de uma amiga da nossa família que é indiana. A nossa vizinha que foi muito gentil em emprestar a echarpe especial de última hora. O gesto da mão significa flor.

Minha filha querida, mal ou bem acostumada depende o ponto de vista, tinha uma aula especial de dança indiana na escola e esqueceu que tinha que levar uma tal de “dupatta”, uma echarpe longa que meninas indianas usam atravessando o torso na transversal, apoiada num dos ombros e amarrada logo abaixo da cintura do lado oposto do corpo. Como nós não somos indianos, eu não tenho nada parecido em casa, e ela deveria ter pedido uma dupatta emprestada para nossa vizinha indiana com dias de antecedência, é claro. Mas ela não fez isso porque estava atrapalhada com tarefas e testes atrasados, pois havia perdido quatro dias de aulas na semana anterior por estar super resfriada, olha só, eu sigo dando desculpas para as distrações dela, ai ai ai, mãe tonta é pouco, sou incurável mesmo.

Enfim, ela me ligou pedindo para eu ir na casa da vizinha pedir a dupatta emprestada, e levar para ela na escola, que fica há uma hora de casa (quando não tem trânsito). E eu fiz! Fala sério, eu deveria ter dito a ela que se virasse e que aprendesse a ser mais organizada, mas não. Não apenas fui pedir o favor para a vizinha, levei a tal dupatta para ela e fiquei assistindo a aula de dança. Detalhe, eu peguei o resfriado dela e estava miserável, como ainda estou hoje, mas dirigi até lá, super devagar com a cabeça zonza por conta do antigripal, mas fui. Até filmei… Típica mãe babona, e bobona!

Kilaka Hasta - este gesto significa afeição, sentimento amoroso, ou conversas engraçadas dependendo como se usa na coreografia.

E o pior, eu que sempre achei filmes de Bollywood o cúmulo do brega, achei a dança linda. Fiquei encantada com as explicações dos gestos e a energia dos movimentos.

Eu aprendi que Bollywood Dance é o hip-hop indiano, uma popularização da dança clássica indiana que é muito mais rigorosa. Na dança clássica indiana cada gesto, cada posição do corpo tem um significado e toda dança conta uma estória, existem coreografias milenares que contam lendas da história do país, e são praticadas rigorosamente. Já a Bollywood Dance é mais solta, usam-se os gestos para expressar sentimentos e atitudes, mas a prática é menos rigorosa e as músicas tem uma batida mais forte e rápida. Adorei!

Ser mãe é abrir a cabeça às novas experiências para acompanhar a evolução dos filhos, e aprender a apreciar Bollywood Dance!

Feliz Dia das Mãe!

Brasil x Argentina no Ranking dos Melhores Países Para as Mães no Mundo

Desfrutar do prazer de ser mãe com saúde e segurança é direito de todas, mas, infelizmente no mundo em que vivemos, privilégio de poucas.

Tenho uma notícia difícil para compartilhar:

No ranking de 2012 da ONG Save the Children, dos países com melhores condições para as mães, entre os países em desenvolvimento, a Argentina está em 2o lugar e o Brasil em 12o. Como assim?

Pois é, Cuba está em primeiro lugar, o que não nos incomoda, mas a Argentina dez posições acima, não vai dar, precisamos fazer alguma coisa. 😉

Li o documento inteiro e observei que, entre os fatores que colocam a Argentina tão a nossa frente, dois saltam a vista:

– O  primeiro é o nível de escolaridade das mulheres, lá as mulheres completam em média 17 anos de escola, e no Brasil apenas 14, ou seja na Argentina a maioria das mulheres tem terceiro grau completo e no Brasil a maioria para no segundo grau.

– Outro fator gritante é o percentual de mulheres em cargos públicos. Na Argentina 38% dos cargos públicos são ocupados por mulheres enquanto aqui no Brasil apenas 10%.

Portanto precisamos assegurar o futuro acadêmico das nossas meninas e incentivá-las no exercício da cidadania. E quem sabe daqui a alguns anos a gente encosta em Cuba.

Estamos no caminho certo, o Brasil está entre os países que surpreendentemente, apesar da má distribuição de renda, conseguiram diminuir o nanismo infantil – nanismo é um fenômeno ligado a subnutrição, as crianças não se desenvolvem como deveriam e ficam baixinhas e frágeis. Nós estamos em 7o Lugar entre os quinze países com maior progresso contra a subnutrição, conseguimos diminuir o nanismo em 60% nos últimos 20 anos.

Porém nossos índices de amamentação são baixos, e precisamos melhorar se queremos virar a página da subnutrição infantil de vez. O estudo destaca a amamentação como fator principal na luta contra esse mal que tanto aflige a humanidade.

Vamos salvar nossas crianças! E ganhar o jogo de virada não é nada mal.

Mis amigos Argentinos perdonen-me por favor, pero una competencia saludable e siempre buena.