About Sandra Zumstein

Sandra nasceu em São Paulo. Após se formar em engenharia e trabalhar 8 anos na área comercial, em 2003 seu marido recebeu um project assigment de 2 anos na Alemanha. E então o que era para ser um período sabático acabou virando um projeto de vida. Os 2 anos viraram 3 e meio e, após 7 meses morando novamente em São Paulo, retornaram à Alemanha onde há 5 anos vivem em uma vila de 10 mil habitantes que pertence à cidade de Worms, ao sul de Frankfurt. Durante esse tempo houve inúmeras situações que merecem ser registradas aqui no HalloHello, acompanhem!

Tiramissú

Uma das minhas sobremesas favoritas é o tiramissú. E, depois que aprendi essa receita, capaz de provocar brigas pelo último pedaço, ficou ainda mais fácil apreciá-la! Demora menos de 30 minutos para preparar e sempre dá certo! 

Ingredientes para 4 porções:

4 gemas de ovo

4 colh. de sopa de açúcar

500 g de queijo mascarpone

1 colh. de chá de casca ralada de limão (de preferencia do amarelo)

2 xicrinhas de expresso frio

2 cl de conhaque (na Alemanha encontra-se o Weinbrand)

2 cl de licor de amêndoas (o Amaretto)

150 g de biscoito champagne

2 colheres de cacau em pó para polvilhar

Preparo:

  1. Bata as gemas de ovo com o açúcar até formar um creme claro e fofinho. Misturar colher a colher o mascarpone até incorporar tudo. Adicione a casca ralada do limão para o toque fresco.
  2. Em uma vasilha misture o expresso frio, o conhaque ou Weinbrand e o licor.
  3. Molhe a parte de baixo dos biscoitos na mistura acima, um a um, e vá arrumando na travessa até forrar o chão todo.
  4. Espalhe mais ou menos a metade do creme de mascarpone sobre os biscoitos e alise uniformemente. Repita a operação com os biscoitos e o restante da massa.
  5. Cubra com filme plástico e leve à geladeira por 4 horas. Antes de servir pulverize o pó de cacau por cima.

Sugestão: quem tem crianças que também comem o doce (meu filho não gostou), pode substituir as bebidas alcoólicas por uma parte de suco de laranja diluído em água (creio que deva funcionar, nunca tentei mas em princípio combina com o sabor das cascas de limão) e usar café descafeinado para o expresso.

Agora, alguém poderia dar uma sugestão de como aproveitar as claras dos ovos que sempre sobram… 🙂

Um Primeiro Dia da Escola memorável

Há duas semanas começou o ano letivo no Estado onde moro. Esse início de aulas me fez querer compartilhar com meu(s) leitor(es) minha experiência de início das aulas no ano passado, quando meu filho foi para o 1o. ano da escola.

Da minha infância lembro-me que estava de uniforme novo, todo arrumadinho e limpinho, mochila nova, cabelo penteado e, ao sair de casa, minha mãe tirou uma fotografia. E só. E talvez me lembre porque vi a fotografia tempos depois! Eu fui para a escola não lembro como, ela foi trabalhar e meu pai já estava no trabalho como qualquer outra segunda-feira.

Aqui a passagem da pré para a escola primária (ou ensino fundamental, como se chama hoje no Brasil) é bem diferente. As crianças que irão para a escola entram num programa especial do Kindergarten (creche) que as prepara para a vida escolar. Uma série de atividades internas e passeios são programados, inclusive um pernoite de despedida no Kindergarten!

Além disso, entram no programa a visita na nova escola. Na matrícula a criança está presente. Há também uma avaliação psicológica e pedagógica na creche e uma outra de saúde feita por um pediatra especializado. Não passa nada despercebido!

Outra sensação é a mochila escolar. Como tudo aqui, tem que ser aprovada pelos órgãos de proteção ao consumidor, obedecer a critérios técnicos e de ergonomia e ainda ser capaz de resistir por 4 anos chuva, barro, neve, chutes, peso e todo tipo de agressão que se possa imaginar. E ainda, se possível, passar para o irmão mais novo! Conclusão: nunca achei que fosse gastar tanto com uma mochila da escola!

E então, tendo sido aprovada em todos os testes, comprado a mochila e a matrícula confirmada pela escola, chega o grande dia! O dia da iniciação escolar!

É um dia tão especial que nem acontece na segunda-feira, mas na terça-feira.

Logo de manhã as crianças ganham um cone fechado em cima (às vezes uma de cada membro da família) cheia de doces, brinquedos e, claro, algumas coisinhas mais educativas, como livrinhos, canetinhas, etc). Essa história do cone eu incorporei, pois desde que moro aqui vejo-as por todo o comércio nessa época do ano. Mas mãe que é mãe (e prendada) confecciona-o manualmente! Não cheguei a tanto, por sorte o Gabriel escolheu uma de dinossauro, prontinha… ufa!

Então todos se reúnem na igreja para um culto ecumênico com os iniciantes e seus familiares. Em seguida todos seguem para a escola, onde são recebidas com uma festa  organizada pela diretoria, corpo docente e as crianças da 2a. série. Após a recepção, cada uma encontra sua professora e são encaminhadas junto com os colegas para a sala de aula.

Beleza, pensei, eu vou acompanhar isso tudo! E os avós também!

Aí é que tomei um choque! No que chego na igreja, percebo que os outros alunos estavam com TODA a família presente. Aí descobri que o pai também tira o dia de férias para acompanhar o rebento no primeiro dia da escola. Aí vem os tios, padrinhos, avós, irmãos, amigos mais próximos da família, cachorro (no Brasil incluiria-se o  papagaio, galinha, porco, etc).

Nós nem pensamos nisso! E é uma coisa tão “óbvia” para eles que nem se comentou em conversas. É subentendido… Coitado do meu filhinho… o único “sem pai” no primeiro dia da escola… Se já não tivesse acostumada com a ausência dos membros da família em outras ocasiões, isso seria uma tragédia mesmo. Ainda bem que os avós estavam lá!

Passado o alvoroço todo, as famílias alemãs se reúnem mais uma vez no dia para uma festa particular. Pode ser um churrasco ou uma janta especial no fim do dia. Pra fechar com chave de ouro! Parece batizado… Nós fomos para o grande M amarelo comemorar. Para o pequeno foi realmente uma festa levar sua família para lá.

Mas será que a vida escolar é tão ruim assim pra ser vendida tão “cara” às crianças? Ou elas precisam desse ritual para sentirem que alguma coisa muito importante está acontecendo?

De qualquer forma, essa iniciação escolar ficou em nossas memórias como um momento muito mais especial do que imaginávamos!

Peixe fora d’água

Essa foi minha primeira Olimpíada “consciente” que eu assisti morando no exterior. Digo consciente porque em 2008 meu filho ainda estava pequeno e eu tinha muitas outras prioridades além de ficar olhando esporte na televisão… desculpe, mas foi assim mesmo.

Mas nesses Jogos Olímpicos de Londres a situação foi outra. Meu filho, agora com quase 7 anos, de férias, fissurado em futebol e cheio de energia, pôde ficar muitas noites até mais tarde para ver os jogos. Se encantou com a natação (o que até o inspirou a tentar o nado borboleta no lago aqui perto de casa!), o atletismo, a canoagem, o hóquei, o levantamento de peso, cintando os que ele teve a oportunidade de assistir. Note que em nenhum desses esportes o Brasil conquistou medalhas ou era um forte candidato….

Dava-me gosto de vê-lo acompanhar e me chamar quando havia um brasileiro disputando e torcer pela nossa vitória, reconhecer a bandeira, os nomes… Mas há momentos em que a gente se sente mais expatriado do que nunca!

O que me fez sentir mais “peixe fora d’água” foi o fato de sempre querer ver algo diferente dos outros 80 milhões de pessoas que vivem aqui. Havia somente 2 canais televisionando os jogos que, obviamente – para eles, priorizava onde haviam alemães ou, pelo menos, europeus competindo. Então passei a semana inteira vendo atletismo e os fortões do levantamento de peso, enquanto o Brasil jogava vôlei de quadra e de praia, futebol, basquete, judô…

Conclusão: acompanhar, mesmo, só pelo App do celular!!!

Os únicos jogos do Brasil que assisti foi a final do vôlei de praia e do futebol! Os dois em que o Brasil perdeu… E ainda porque a final era contra um time europeu! Pensei que ia ser fácil… eles nem sabem jogar vôlei de praia… eles nem têm praia, cáspita! 🙂

Passada essa “revolta”, ontem assisti à festa de encerramento do evento. Comentários à parte – a festa foi mesmo de arrepiar – fui invadida por um orgulho e uma emoção imensa ao ouvir o Hino Nacional naquele estádio lotado, ao perceber que as pessoas de todas as nacionalidades e culturas estavam apreciando a pequena “introdução” ao que será daqui a 4 anos. O locutor dizia que já estava imaginando a Olimpíada no Brasil, que o nosso povo certamente vai garantir o alto astral para todos…

E na verdade, não menosprezando nossas qualidades de competição (nós tivemos excelentes surpresas em Londres e vamos caminhar mais ainda para frente), nosso maior talento é sermos o que somos: alegres, divertidos, musicais, excelentes anfitriões. Um povo que acolhe quem quer chegar e já o convida para sambar!

Eu já estou ansiosa por 2016! E quero fazer de tudo para viver essa emoção, no meu país!

O que a Suíça tem a ensinar?

Hoje, 1o. de Agosto, é o Feriado Nacional da Suíça. Comemora-se o dia em que, em 1291, foi criada a Confederação Suíça. O nome Schweiz (em alemão) origina-se do antigo cantão de Schwyz.

O jornal alemão Die Welt publicou hoje uma matéria na qual sugere que o país deva ser tratado “com mais respeito”, pois ele tem muito a ensinar aos países que estão atualmente em crise, pelo seu modelo econômico e politico bem sucedido.

Na década de 1940 seus vizinhos de mapa não eram lá muito amigáveis: a Alemanha nazista ao norte, a Itália fascista ao sul, no oeste a França dominada pelos nazistas, Áustria. O único país fiel a Berna – e com a qual mantinha um acordo alfandegário – era Liechenstein, uma monarquia hereditária que não possuía exército e tinha um território de 160 quilômetros quadrados. Com toda essa pressão externa, a Suíça desenvolveu um plano de defesa de seu território que, em caso de ataque dos alemães, envolvia a rendição das planícies entre as montanhas Jura e os Alpes e uma uma retração nos Alpes, que seria defendido até o último homem.

No período pós-guerra, entretanto, a Suíça foi um dos poucos países que, em todos os níveis, tentou integrar a recém formada Alemanha na Europa. Isso os alemães têm a agradecer. O pós guerra foi um período de desenvolvimento sem precedentes na história do país. A Suíça em si não é um país rico, vive do trabalho e da capacidade inovativa de seus cidadãos, além de sua posição geográfica estratégica no coração da Europa. Por isso mesmo foi repetidamente invadida e roubada pelos países mais poderosos, antes do século 20.

Só conseguiu sobreviver como nação porque desenvolveu uma “Idée Suisse”, um conceito de identidade nacional associado a uma administração descentralizada e participativa dos cantões (similares aos Estados). Além disso, como é conhecido, os 4 grupos (germânicos, franceses, italianos e romaneses), a caracterizam como o primeiro país multicultural do mundo. Isso não seria possível se não houvesse uma forte proteção às minorias, uma participação de todas as línguas em todos os níveis da administração pública e principalmente uma descentralização administrativa e econômica.

A Suíça é um dos países que mais usa, se não o que mais usa, o sistema de consulta popular para tomar decisões – e em todos os níveis: de decisões sobre o número de dias de férias, passando pelo sistema de saúde e incluindo os contratos governamentais.

Além disso, a Suíça já tem um sistema de controle de gastos públicos desde 2001 (ano em que a Grécia entrou para a Comunidade Europeia), também decidido por plebiscito. Nos últimos anos sua economia produziu um superávit de 0,7% do PIB ao ano, o que na Alemanha não acontece desde 1969…

É comum ignorar-se o fato da Suíça ser, na verdade, uma potencia industrial. O valor de sua produção é o dobro do gerado em Cingapura ou Noruega. E é através do uso de automação que ainda é possível produzir no país, apesar dos altos custos com mão-de-obra. Outro número que impressiona: a Suíça exporta 80% a mais per capita que a Alemanha, isso sim é um “campeão de exportação”!  Em contrapartida, o setor financeiro é responsável por apenas 15% do PIB. Os impostos gerados por esse setor correspondem apenas entre 12 e 16% do total arrecadado.

Aliás, os investidores estrangeiros chegaram à Suíça porque, há algumas décadas atrás, recebia-se juros até mesmo negativos por seus investimentos em outros destinos. A Suíça oferecia segurança política e econômica, sem inflação, o que era raro na época. Além do mais, a Suíça é quase imbatível em termos de segurança de dados…

Sua nudez não será castigada!

Viajar de férias é uma das melhores coisas a se fazer na vida. Seja para onde for, sempre há muito o que observar. Dessa vez vou compartilhar com meus leitores uma peculiaridade das praias espanholas que para mim, como brasileira, chamou muito a atenção: a nudez nas praias.

A primeira vez que fui à uma praia espanhola, há 4 anos, foi na ilha de Fuerteventura. A ilha tem inúmeras praias, algumas mais habitadas, outras desertas, algumas com ondas gigantes, outras com água calma e cristalina, como se fossem piscinas naturais. Um paraíso na Terra certamente.

Pois bem, escolhemos nossa praia de destino, arrumamos nossa tenda para um belo dia de verão na praia.. Quando olho em volta, uma porção de gente sem roupa! Homens e mulheres nus ou de topless à beira-mar. Eu conheço certas pessoas que essa situação causaria, no mínimo, um ataque de risos….

Não esperava ver nudez numa praia bem frequentada por pessoas não-nuas, mas enfim, depois de morar alguns anos na Alemanha ouvindo histórias sobre saunas mistas em família e vendo pessoas trocarem suas roupas de banho em pleno lago lotado à luz do dia, certas coisas não me deixam mais embaraçada.

Curtimos nossos dias de praia e nos deparamos algumas vezes com peladões e mulheres de topless, apesar de haver praias de nudismo na ilha. Pensei que a ilha paradisíaca inspirasse essa liberdade nas pessoas…

Dessa vez fomos à várias praias na Espanha continental, no litoral do Atlântico e no litoral Mediterrâneo. Fomos a praias de cidade e afastadas. Fomos de Guarujá-Pitangueiras à Ilha Bela na alta temporada, se é que você me entende… Praia de surfista, de “bicho-grilo”, de família, de solteiros, de gente que quer sossego. E em todas elas encontramos gente nua ou sem a parte de cima dos biquínis… Eu comecei a observar as pessoas que estavam nuas, não para olhar a nudez em si – afinal eu sei exatamente o que cada um tem – mas para descobrir que tipo de gente tem a coragem de mostrar seu corpo assim, pra todo mundo?

Descobri que eram pessoas como eu, como você, como minha mãe ou pai, ou avó, ou tia, ou tio, ou primo, ou prima…. Famílias chegam com seus aparatos de praia, as crianças pegam o baldinho e a pá para brincar, o pai vai jogar bola com o filhinho e a mãe, o que faz? Tira o sutiã!!! Normal, não? Deve ser uma sensação interessante estar sem sutiã num lugar onde há pelo menos 100 pessoas em volta que você nunca viu na vida…

A cena mais curiosa, pra não dizer engraçada, foi nosso primeiro dia em San Sebastián. Estávamos caminhando na praia a caminho do centro para jantar e, de repente, um homem peladão saindo do mar passa por nós. Era um homem de meia idade, barrigudo e peludo, na maior naturalidade.  E então ele se deita na areia, ao lado de um amigo, que não estava nem de roupa de banho, e começam a conversar: “Que banho de mar delicioso! Você viu a notícia do jornal de hoje?”. Imagine um brasileiro fazendo isso?

Como pode o espanhol ter uma relação com a nudez tão aberta e nós, o país onde todo mundo anda quase pelado no Carnaval e termos os menores biquinis do mundo, sermos tão conservadores? É uma questão que me deixa por vezes confusa. E é talvez por isso que os estrangeiros, melhor dizendo, os europeus acham que seria de se esperar que nós tivéssemos uma abertura maior em relação a isso.

Quem sabe da próxima vez eu me animo e entro na onda? Na Espanha minha nudez certamente não seria castigada…

A verdade sobre o protetor solar!

No hemisfério norte é verão (e, por incrível que pareça, no Brasil também), férias escolares e boa parte do continente está buscando – literalmente – um lugar ao sol.

Época de comprar o protetor solar favorito, aquele do reclame, que tem uma marca famosa e, se couber no orçamento, bem cara. Afinal de contas eles gastam milhões de dólares em desenvolvimento de produto e têm o melhor que o mercado pode oferecer, certo?

Usar protetor solar é essencial

Errado! A Stiftung Warentest testou, pelo terceiro ano consecutivo, e concluiu novamente que os protetores solares mais caros NÃO são os que oferecem melhor proteção contra o sol… dá pra acreditar?

Então vamos aos fatos: foram testados 20 produtos das mais variadas marcas. Este ano foram testados os protetores das marcas brancas das cadeias de supermercados de desconto e perfumarias alemães (Lidl, Müller, Rossmann, Schlecker, DM e ALDI), assim como marcas conhecidas e que por vezes são vendidas até exclusivamente em farmácias (Tiroler Nussöl, Biotherm, Nivea, Garnier, Lancaster, Yves Rocher, Vichy, Annemarie Börlind, La Roche Posay, Avon e Eco).

Foram avaliados, entre outros: proteção contra raios UVA, observância da quantidade de FPS, consistência, aplicação, sensação na pele, qualidade microbiológica, orientação para aplicação, dizeres da embalagem, comportamento à várias temperaturas. Para nós, consumidores, os dois primeiros fatores são os mais importantes. Afinal, por que compramos protetor solar? Portanto os produtos que tiveram nota insatisfatória nesses quesitos, já perderam pontos para o conceito final.

O resultado: os 6 produtos que oferecem melhor proteção contra o sol são realmente os das lojas de descontos Lidl, DM, Rossmann e Müller! Detalhe: os preços variam de meros 1,20 euros até 20,00 euros/100 ml. Produtos que, porque custam mais caro acredita-se que possuem qualidade superior, pontuaram com meros “satisfatório” ou “insuficiente” em um ou mais quesitos, Por favor…

A instituição que fez o teste também alertou para o que está escrito na embalagem. Coisas do tipo: proteção para o DNA, proteção infra violeta, sem parabeno, testado dermatologicamente, sem parafina, não são critérios de qualidade. Será que o fabricante não tem nada melhor para escrever sobre seu produto?

A semana passada mostrei o teste da água mineral, que concluiu que a água da torneira é mais saudável e confiável que a água de marca aqui na Alemanha. Outros testes mostraram que para cosméticos como creme hidratante, removedor de maquiagem e até alguns artigos de maquiagem também os “discounters” oferecem melhor qualidade.

O que isso quer dizer?

Do meu ponto de vista, significa que nem tudo o que é “de marca” é bom ou melhor. Que o consumidor se deixa iludir facilmente com as campanhas de publicidade e não presta a atenção devida ao que está comprando e consumindo. Principalmente no Brasil, marca ainda é associada a qualidade, se bem que meus anos trabalhando na indústria têxtil fizeram esse meu conceito cair por água abaixo. Vale a pena pesquisar, se informar. Eu já me surpreendi positivamente com as duas faces da moeda. Já comprei, sim, produtos sem marca que são uma porcaria e voltei ao original.

Portanto, consciência na hora de comprar!

Aplique o protetor generosamente. De acordo com especialistas, na realidade 250 ml de protetor deveria ser o suficiente para somente 3 dias para um adulto! Saia do sol nos horários de pico e, se puder, use chapéu e camiseta com FPS para se proteger, principalmente as crianças.

Agora que a você já sabe a verdade sobre os protetores solares, boas férias e um bom sol para você!!!

Boas férias!

O Dia Dos 7 Dorminhocos

Hoje é um dia muito importante! Às vésperas de começarem as férias de verão, a preocupação de 9 entre 10 pessoas é em saber como estará o tempo durante esse período. Vai dar piscina? Ou vai acontecer como no verão de 2011, quando as pobres crianças, ávidas por curtirem o verão, tiveram 6 semanas de chuva e temperaturas abaixo do normal?

Como noticiou hoje o jornal “Die Welt”, dia 27.06 é o dia em que a previsão do tempo para o verão na Europa se define. Conta a lenda que 7 homens, Maximilianus, Malchus, Martinianus, Constantinus, Dionysius, Johannes e Serapianus, dormiram por 195 anos em uma caverna na Ásia Menor, hoje uma região pertencente à Turquia.

Igreja dos 7 dorminhocos, na Turquia.

No ano de 251, o imperador Décio mandou construir um muro na caverna para que não escapassem, pois eles tinham se convertido ao cristianismo. Os homens não morreram e em 27.06.446 foram descobertos por acaso, acordados de seu sono profundo e libertados.

A história entrou então para o calendário cristão como o “Siebenschläfertag” – o Dia dos 7 Dorminhocos”, quando o bispo Gregório von Tours traduziu a história escrita em sírio e a divulgou.

A lenda não é muito conhecida, mas seus efeitos sim… O tempo que faz neste dia determinaria a tendência para as próximas 7 semanas. Meteorologistas afirmam que há uma taxa de acerto entre 60 e 80% na previsão. Quanto mais longe da costa norte da Europa maior é o acerto, pois a influência do mar é menor.

O mais curioso é uma sabedoria que surgiu na Idade Média ainda ser válida. Ela sobreviveu à reforma do calendário gregoriano, que em 1582 eliminou 10 dias no ano, resultando que o fatídico dia seria o 07.07 e não o 27.06. Seria tudo coincidência, mágica ou superstição?

Há adivinhadores que ainda fazem a ligação do comportamento de certos animais, como o rato, a esse dia…

Enfim, hoje os meteorologistas têm o conhecimento científico para o que antigamente era determinado pela observação empírica dos homens do campo. O tempo na Europa é definido pela diferença entre o ar gelado do Pólo Norte e o ar quente subtropical, o que se define exatamente nessa época do ano.

Um bom exemplo ocorreu em 2010, quando uma corrente extremamente bloqueada (no jargão dos meteorologistas) gerou as chuvas que caíram no Paquistão por semanas e deixando o país debaixo d’água, enquanto na Rússia houve uma extrema seca, gerando inúmeros casos de queimadas nas florestas.

Este ano, por exemplo, a previsão não é das mais animadoras. Olhando-se para trás, o mês de junho teve chuvas e temperaturas dentro da média. Só o sol precisa brilhar mais para atingir a média… Hoje o tempo está ameno no sul: nublado, cerca de 23 graus porém mais quente que no Norte. Será que vai ser assim nosso verão?…

E ainda tem gente que se arrisca a passar férias de verão no Norte da Alemanha…

Churrasco alemão: Tudo O Que Você Precisa Saber

Feriados, Eurocopa, verão, férias! Essa é a época ideal para falar sobre mais uma paixão que os alemães compartilham conosco: o churrasco ou grill, como eles chamam! Estando em outro país, outra cultura, outro clima, nota-se as diferenças entre o modo de preparo e os ingredientes usados aqui e no Brasil.

Para nós, brasileiros, e para eles qualquer motivo é motivo para “queimar um cebo”. A diferença é que o fato de podermos fazer-lo em qualquer época do ano, faz até ficar um pouco comum demais…

Churrasco é uma festa!

Na Alemanha teoricamente só é possível fazer churrasco de abril a setembro (quando dá sorte de não chover muito), o que faz o “Grill” ter um sabor especial. Exceção foi um Natal que tivemos “amenos” 12 graus e vizinhos nossos fizeram um churrasco de Natal!! Claro que comeram no aconchego de sua sala de jantar, mas só o fato de poder assar a carne ao ar livre já foi uma sensação! E eu nem tive essa idéia…

Bem, churrasco alemão tem que ter quatro componentes: salsicha, carne, salada e pão.

Salsicha existe de inúmeros tipos: de porco, de boi, de carneiro, de frango. Com ervas, sem ervas. Com queijo. Com pimentão. Crua. Defumada. E sempre há vários vidros de molho pronto para acompanhar (catchup, mostarda, alho, curry, e muitos outros). A minha preferida, contudo, continua sendo a linguiça tipo calabresa com erva-doce que encontro no supermercado italiano da cidade…

A carne de porco é a preferida, seguida de frango, boi e... legumes!

Carne é basicamente carne de porco, mas pode ser de frango, peru, peixe… Os steaks (bifes) e barriga de porco (enrolada no espetinho, nunca tive coragem de provar, mas dizem que é bom) são as preferidas DELES.

Os bifes são vendidos marinados nos supermercados ou açougues. Explicando: marinar significa misturar temperos e sal com um meio fluido e gorduroso e embeber a carne nessa mistura por alguns dias. No caso dos bifes de porco, frango e peru faz todo o sentido, pois são carnes que são difíceis de pegar tempero. Então é necessário temperar – e bem! Normalmente eles usam misturas de ervas, pimenta do reino, pó de pimentão… Ultimamente tem aparecido frango no tempero de curry que é até gostoso.

Alho nem pensar! Fato é que os alemães temem o odor que é produzido quando se come alho… Mas esse é outro assunto.

Acompanhamentos complementares são salada e pão. Salada é uma obsessão do povo aqui. Uma mania que eu até incorporei aos meus churrascos, porque são realmente práticas (podem ficar a tarde toda em cima da mesa, sem precisar esquentar) e fornecem um complemento saudável ao prato de carnes. Imprescindível é uma mesa com vários tipos de salada ou até um bufê, quando o evento é maior. Esqueçam as saladas de maionese que aparecem nesses eventos no Brasil. As de batata, macarrão, folhas, repolho, pepino e cenoura são as tradicionais por aqui e são temperadas com azeite, vinagre, ervas e sal, mas também com iogurte ou creme de leite (tipo creme fraisch). Há influências de outras cozinhas também: salada grega, caprese, mexicana com feijão e milho e asiática são feitas com os mais diversos legumes, frutas e folhas da estação.

Certa vez fiz um antepasto italiano de berinjela, abobrinha, pimentão temperados com cebola, alho e orégano, acompanhado de pão italiano, que me rendeu muitos elogios. Também tenho feito legumes e frutas na grelha, como os argentinos fazem. Novidade mesmo foi o abacaxi na grelha. Eles adoraram!

As festas de fim de ano ou de verão são os eventos que mais acontecem de junho a setembro: da escola, da escola de música, do esporte, do trabalho do pai, do trabalho da mãe… Você não vai encontrar ninguém que não tenha pelo menos três para ir!

Os organizadores pedem que cada um traga uma salada ou sobremesa para o buffet, seus próprios copos, pratos e talheres. No começo isso me causava estranheza. Foi-me explicado que é para diminuir a quantidade de lixo gerada pelos copos e utensílios de plástico e, claro, porque não tem ninguém que vai ficar para lavar a louça… Se vocês soubessem a quantidade de churrascos que acontecem nesses poucos meses, iriam concordar!

Em algumas festas a carne é vendida/servida pelo organizador. Porém há festas em que cada um precisa levar até sua própria carne, além das coisas mencionadas acima! Detalhe: o que você leva, você come. Nada de fisgar a linguiça do vizinho, não…

As carnes são assadas em conjunto na grelha

Há uma grande grelha redonda onde todos colocam seus pertences para assar. Já presenciei casos que os comensais colocam uma travessa de alumínio com furos em cima da grelha e a carne por cima da travessa, ao invés de colocar a carne direto na grelha (quem faz e aprecia um bom churrasco deve estar se contorcendo nesse momento….).

Porém quando fazemos churrasco em casa, fazemos do “nosso” jeito. Carne sul-americana não pode faltar, assim como a linguiça italiana, a farofa baiana e um arroz branco à moda brasileira. Eu já vi alemão “gemer sem sentir dor” com nossa carne temperada somente no sal grosso, preparada pelo meu marido, que é um churrasqueiro de mão cheia! Hummmm, já estou até com água na boca.

Churrasco a moda brasileira: frango no alho e linguiça merguês!

Aqui é natural se distribuir tarefas. Dificilmente há um evento em que não se tenha que levar nada, mesmo nos aniversários eles sempre oferecem uma contribuição. Esse é outro hábito que incorporei. Entre os brasileiros também já é assim, cada um traz uma salada, bebida ou sobremesa e no fim temos tudo que precisamos para um maravilhoso dia em conjunto.

Uma última informação útil: no mês de maio a “German Barbecue Association” promove o campeonato de churrasco! Eu nunca tinha ouvido falar disso no Brasil! O evento elege o Campeão Alemão de Churrasco do ano, título importantíssimo, não? É um evento para homens, onde só preocupa-se com a carne, como nos tempos das cavernas, como certa vez ouvi de um amigo vegetariano…

Curioso é que cheguei à conclusão de que fazer churrasco é coisa de homem mesmo. Churrasqueiro não pode se distrair (nem com a cerveja!) ou ficar batendo papo enquanto a carne está na grelha. Imagine a dificuldade para a mulherada tomar uma cervejinha, relatar sobre um milhão de coisas ao mesmo tempo e ainda ter que cuidar para a carne não queimar? É melhor preparar a salada antes…

Agora que você já sabe (quase) tudo sobre o grill alemão, desejo-lhe uma maravilhosa “Grillsaison”!

Quanto desperdício….

O problema do desperdício em geral é o emprego de recursos, caros e escassos, para se produzir bens que não são usados ou consumidos. Além disso lixo é custo, não só ambiental, mas financeiro também: o caminhão do lixo e as pessoas que trabalham para recolhê-lo custam dinheiro aos cofres públicos e aos cidadãos.

Desperdiçar alimentos é uma insanidade, de um lado porque boa parte do planeta ainda não tem uma nutrição adequada ou mesmo acesso à comida. E por outro lado, é um “tiro no pé”, pois se o que compramos no supermercado vai para o lixo, por que compramos?

Jogar alimentos fora é uma insanidade

Especialistas no assunto discutem a “cultura do desperdício” e procuram respostas a perguntas como: como chegamos a isso? como podemos reduzí-lo? Quando, por exemplo, 40% da batata colhida apodrece ou, na melhor das hipóteses, é dada aos porcos ou metade da produção de 20 milhões de toneladas de alimentos é jogada ano após ano no lixo, então algo definitivamente está errado.

A organização para alimentos e agricultura da ONU examinou o fenômeno do desperdício de alimentos globalmente e notou grandes diferenças regionais. Na América do Norte e Europa é onde se joga mais alimentos fora (280 – 300 kg por ano, por habitante), seguidos da Ásia e América Latina. Na região subsaariana e sudoeste da Ásia são apenas 120-170 kilos per capita anualmente.

A Revista Galileu fez a análise da situação no Brasil:  http://www.youtube.com/watch?v=uwXcErXvp1E

O estudo “Save Food”,  feito pela empresa Cofresco (dona da marca “Toppits”) fez algumas descobertas interessantes sobre nossos hábitos no que tange o desperdício de alimentos. Foi identificado o percentual de alimentos que vão para o lixo, de acordo com categoria: frutas e legumes (48%), restos de refeições e produtos prontos (15%), pães (14%), carne, peixe e derivados de leite (11% cada).

E existem diferenças no comportamento dos consumidores de acordo com a faixa etária. Especialmente os grupo de pessoas até 39 anos e com nível de escolaridade alto jogam mais alimentos fora. Quem ganha mais, desperdiça mais. Parece lógico? Ou seria lógico o contrário?

Há quem defenda que hoje as pessoas não têm uma ligação com os alimentos como tinham no passado, tornando o ato de jogar fora comida uma atitude corriqueira. Uma comparação interessante foi feita com a energia elétrica: ela vem da tomada enquanto nossos alimentos vêm do supermercado…

O consumidor subestima o próprio desperdício de alimentos sistematicamente. Os entrevistados no estudo disseram que sabiam que parte do desperdício de alimentos feitos por eles poderia ser evitado se comprassem com mais consciência. Mas a propaganda e promoções nos pontos de venda fazem com que comprem alimentos que nem precisariam… Os pesquisadores estimam que através de um melhor planejamento e acondicionamento das compras em casa cerca de metade do lixo pode ser evitado.

Acredito que seja uma combinação dos dois. Para ajudar a fazer nossa relação com nossos alimentos ficar um pouco mais “humana”, passo algumas dicas minhas e de especialistas de como contribuir para a diminuição do desperdício:

1-    Planeje suas idas ao supermercado. O que e a quantidade do que se compra determina o que e quanto vai ser jogado fora depois… Os lares alemães jogam 21% de tudo o que compram no lixo, o que representa 300 euros e 80 kilos por ano, por cabeça. E o que é pior: quase 1/3 disso nem foi aberto…

Controle o que você põe no carrinho do supermercado!

2-    Alimento vencido não significa alimento estragado. Verifique se ainda pode ser consumido usando seus sentidos: visão, olfato, tato e paladar. Só então descarte.

3-    Utilize os restos de refeições e procure cozinhar em quantidades “porcionáveis”. Congele, por exemplo, os pãezinhos que não vão ser usados no dia (o pão assado congelado fica como fresco depois de descongelado) ou faça torradinhas.

4-    Ensine às crianças a comer o que (elas mesmas) põem no prato, e faça o mesmo!

5-    Consuma sustentavelmente:

  1. compre produtos sazonais e regionais, e em lojas locais
  2. compre mais produtos frescos
  3. coma menos carne, porém de melhor qualidade
  4. use meios de transporte sustentáveis para as compras
  5. reduza ao máximo as idas ao restaurante (eles são grandes fontes de desperdícios)
  6. procure consumir alimentos orgânicos
  7. procure saber como seus alimentos são produzidos e faça escolhas conscientes
  8. tenha eletrodomésticos eficientes
  9. cozinhe economizando energia
  10. use fontes de energia renovável

6-    Procure comprar direto do produtor

7-    Plante para si mesmo, por exemplo temperos, legumes e frutas

Utilize espaços ao seu redor para plantar alimentos

8-    Utilize áreas urbanas para plantação de alimentos

9-    Influencie politicamente através do seu consumo

Hoje começa a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Participe, informe-se, reeduque-se. Sempre é tempo.

Para saber mais sobre o Save Food (link em alemão):

http://www.cofresco.de/de/unternehmen/save-food.html

Para saber mais sobre o desperdício de alimentos no Brasil:

http://super.abril.com.br/blogs/ideias-verdes/sobrou-no-prato-veja-6-dicas-para-evitar-o-desperdicio-de-comida/

http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/atitude/conteudo_419178.shtml

 

Somente leis conseguem igualdade de direitos?

Realidade em outros países da Europa (França, Bélgica, Holanda e Itália desde 2011 e Espanha desde 2007), a discussão em torno da introdução de cotas para mulheres nos conselhos de administração e posições de liderança chegou com força aqui na Alemanha.

Emancipação só se consegue com leis?

A cidade-estado de Hamburgo está propondo um projeto de lei que obriga empresas a terem 40% de mulheres em conselhos de administração das empresas negociadas em bolsa. Há um complemento de projeto que quer que o sistema de quotas seja estendido também ao comando executivo das empresas. Atualmente o percentual é de quase 18%.

A chanceler Angela Merkel é a favor de uma “cota flexível”, em que empresas se declarem favoráveis à causa e cada uma implemente por si. O que não se entende é porque não pode haver uma mistura das duas: cota obrigatória nos conselhos e cargos executivos e flexível nos demais cargos de liderança?

A discriminação por parte dos homens, controle do Estado, violação do princípio da premiação por resultados são os principais argumentos dos que são contra à quota. Muitas mulheres não estão igualmente de acordo, pois querem ser contratadas e promovidas pelas sua capacidade. Uma posição compreensível, mas errada, afirmam alguns especialistas. A história da emancipação ensina que, sem leis concretas e ofensivas não há progresso nessa área. Como exemplo tem-se a reforma na lei do divórcio de 1977 e a lei da custódia de crianças, que só então garantiram os direitos  das mulheres nos casos de separação.

A adesão de “livre e espontânea vontade” das empresas não trouxeram progressos significativos e a introdução de cotas é a única maneira de quebrar a “cota dos homens”, diz um artigo do Süddeutsche Zeitung, uma vez que esse tratamento igual é dado numa base desigual devido a situação familiar de mulheres, ou seja, elas ainda têm outras obrigações familiares que os homens não têm. “Não adianta as mulheres poderem tudo na teoria, elas precisam poder também na prática”.

O impacto nos conselhos e na direção das empresas será grande. Mas não só lá. O aumento da participação feminina deverá alterar também a politica de pessoal nas companhias: mulheres irão estimular o desenvolvimento profissional de outras mulheres. Elas poderão modificar as culturas corporativas de maneira positiva, como na Noruega, que desde 2008 também já conta com a quota nos conselhos de administração, diz a matéria.

Mais mulheres em cargos executivos implica mudanças no ambiente corporativo

“É inaceitável que mais de 40% dos formandos em cursos superiores são mulheres, que em parte têm aproveitamento acadêmico melhor do que dos homens, e ao final da carreira isso se dilui. A Alemanha não pode se dar ao luxo de perder essa preciosa força de trabalho.”, diz a presidente da organização das empresárias alemãs a um jornal.

A União Europeia está querendo ir pelo mesmo caminho: até 2020 deve haver pelo menos 40% de mulheres nos conselhos de administração das corporações na Europa. No verão deverá ser feita a sugestão pela Comissária de Justiça, seguidos de 3 meses de discussão aberta, o que deve acabar em maio de 2013. A decisão foi tomada porque, ao seu ver, as intenções trouxeram poucos resultados práticos.

Mas o que acontecerá então com os homens? O jornal FAZ publicou um artigo em que é colocado que os homens entre 30 e 45 anos estão ameaçados de verem suas promoções virarem fumaça, pois não há tantos cargos de direção assim disponíveis para absorver tantos homens preparados…. Os tempos estão difíceis, e a previsão é de que vai ficar pior. Se as quotas realmente forem aplicadas, quase nenhum homem será promovido a alta gerência nos próximos 5 anos. Dois degraus antes da diretoria executiva existem normalmente 85 a 90% de homens brigando por uma vaga.

Abertamente, quase nenhum homem reclama. Quem quer ser taxado de tirar os direitos das mulheres? Eles então se fecham, enterram seus planos de carreira, perdem a motivação. Especialistas prevêm resignação, medo e cinismo dos homens no ambiente de trabalho como o próximo grande problema. Na Deutsche Telekom, por exemplo, onde foi determinado uma cota que 30% para mulheres, um funcionário disse que dois fatores contam para uma promoção na empresa: tempo de casa e sexo. E ele é homem….

Há, entretanto, outros meios de se fazer crescer a participação de mulheres nos cargos de direção: estender a oferta de instituições de assistência a crianças é fundamental, dedução no imposto de renda dos custos com o cuidado e assistência aos pequenos, aumento de oferta de trabalhos em período parcial e flexibilização do local de trabalho dos homens estimulam o pai E a mãe a irem ao trabalho.

Complementando, há algum tempo li sobre a forma que as mulheres encaram o trabalho. A reportagem citava o exemplo de mulheres que desistiram de suas carreiras corporativas por não se sentirem compensadas pelo tempo que passam longe de seus filhos e buscavam ocupações alternativas que incorporassem a nova situação familiar. Também foi citado o “jogo de poder” que existe em muitas empresas nos altos cargos executivos e que muitas mulheres se negam a jogá-lo.

Por outro lado foi mencionado que a maioria de homens faz muitas vezes o ambiente corporativo ser competitivo e “masculino” demais para muitas e que nós precisamos aprender a se impor nesse ambiente, não só em termos de apresentação pessoal, mas também na forma de comunicação.

Mas será? E será que a adoção de cotas pode aumentar a pressão para que se resolvam os outros problemas que impedem as mulheres de subirem na carreira ou é simplesmente uma lei que faltava? Ou vai causar mais problemas do que soluções? Que alguma coisa precisa mudar no sistema, precisa.

Leia também:

Executivos brasileiros não querem cotas para mulheres nos conselhos administrativos.

Quotas for Women