Hoje é dia dos pais aqui nos Estados Unidos. E como o dia dos pais no Brasil é só em agosto, neste dia eu penso somente no meu marido, que é um paizão para as minhas filhas.
Como expatriados, não temos família por perto, se temos uma crise só podemos contar um com o outro, e isso nos aproximou ainda mais. Ser pai e mãe quando não se tem apoio extra, é o exercício mais altruísta que qualquer pessoa pode realizar, e eu tenho sorte de ter o Flavio ao meu lado nessa batalha diária.
Quantas vezes não precisei ligar para ele no escritório em situações de emergência e ele largou tudo e saiu correndo para me ajudar? Inúmeras. Quem é que me levava ao médico durante a gravidez, quando eu, com um barrigão enorme, já não dava conta de dirigir? Ele. Se eu tenho algum problema de saúde, quem segura as pontas da casa? Ele. Se rola alguma emergência com uma das meninas, e eu tenho que sair correndo para levá-la ao médico, quem pega a outra na escola enquanto segue em conferência pelo celular? Ele. Não tem vovó, vovô, empregada ou babá, aqui somos nós que seguramos todas as pontas. E por todos os desafios que já encaramos juntos, eu posso dizer com total convicção, que me casei com um homem maravilhoso, forte, seguro, sério, e presente.
Com um pai desses para minhas filhas, ser mãe fica bem mais fácil, pelo menos quando ele não está viajando, mas esta já é outra estória.
É verdade, Adri. Você tocou num ponto importantíssimo no que tange a vida de expatriado.
Minha experiência mostra que as famílias que melhor vivem fora do país são aquelas em que os maridos mais participam da vida familiar. Os homens que acham que, saindo do Brasil, podem continuar a levar a mesma vida que no país de origem contribuem somente para que a experiência de expatriado não vingue.
Isso porque, como você falou, a unidade familiar é muito mais coesa e não há interferência de terceiros.
Além disso, estudos já comprovaram que o “projeto expatriação” quase sempre só funciona quando a ESPOSA é bem assistida, pois o fato de ficar em casa cuidando das “outras coisas” também faz com que a vida da maioria de nós fique mais solitária.
Se ela não percebe e/ou não pode contar com o apoio do marido, por exemplo em situações como as que você descreve, podem surgir sérios problemas de adaptação, o que aumenta imensamente a pressão por voltar pra casa.