Há alguns dias li uma notícia que me preocupou muito: a geração dos jovens europeus de hoje foi chamada de “geração perdida”. Esse termo foi associado principalmente aos jovens espanhóis, mas também a outros da Comunidade Europeia. Hoje 46% dos jovens abaixo dos 25 anos na Espanha está desempregado. O responsável por um estudo recente concluído para as Nações Unidas sobre desemprego entre jovens, vê com preocupação o futuro deles: a geração de hoje perdeu seus empregos e não os vão ter de volta nos próximos 4 a 5 anos. Isso significa que esses trabalhadores perderão sua empregabilidade.
O governo espanhol anunciou uma série de medidas para diminuir os gastos públicos e flexibilizar o mercado de trabalho, além de aumento de impostos sobre o consumo e renda. A reforma do mercado de trabalho inclui um bônus para empresas que empreguem jovens e trabalhadores mais “maduros”. Detalhe: se estes forem mulheres, o premio é maior.
A Organização Mundial do Trabalho alerta porém os governos da região contra a possibilidade de “inquietude social”, caso os programas de ajuste não sejam combinados com medidas que resultem em aumento de oferta de empregos, o que causaria uma nova recessão no continente. E isso em plena Europa!
Jovens das maiores cidades espanholas, como Madrid e Barcelona, foram às ruas protestar agora em maio. Há que se mencionar o motivo pelo qual os protestos ainda não escalaram. Especialistas apontam que os jovens não têm um partido com o qual se identificam, como o Partido Verde ou Pirata na Alemanha. Além disso, os mais atingidos pela crise é a pacífica classe média. Esse pacifismo é uma consequência da cruel guerra civil espanhola.
Um terço dos espanhóis entre 25 e 34 anos ainda moram com os pais (na Alemanha são 14%), o que significa que eles têm abrigo, mas nenhuma perspectiva. O que falta seria somente uma faísca para que haja uma explosão, afirmam sociólogos.
Uma pesquisa de opinião do instituto americano Pew Research com mais de 9000 pessoas nos Estados Unidos e 8 países europeus, entre eles a Espanha, concluiu que a Alemanha é ainda a nação europeia mais admirada e os seus dirigentes são os mais respeitados.
A dificuldade de arranjar trabalho está provocando uma onda de emigração sem precedentes, principalmente entre os acadêmicos. A Alemanha recebeu no ano passado 52% mais espanhóis e o Instituto Goethe teve na Espanha 60% mais matrículas em seus cursos de alemão do que em 2010. Fazia muito tempo que não ouvia a palavra “êxodo”. É o que está acontecendo.
Muitos dos que emigram conseguem trabalho, porem aquém de suas qualificações (a barreira da língua atrapalha). Como não têm perspectivas em seu próprio país, eles vão ficando na esperança de melhores dias. Uma história que ainda vai mudar muita coisa por aqui.
A crise na Europa está mesmo grave. Aqui nos Estados Unidos o desemprego caiu, mas ainda está longe dos padrões aceitáveis para o país, há quem diga que nunca mais será o mesmo… A Europa porém ainda tem muitas medidas a tomar para reverter a situação.
Vamos ver o que acontece com a Grécia, dia 17 tem eleição lá. Tudo pode acontecer…